III diaÉ estranho estar como se perdida me encontrasse… Não estar em ponto de stress mas sentir-me mal em qualquer lado, sem vontade de falar com as pessoas e nem consegui-las ouvir. Nunca antes tinha sentido isto, desta forma. Não sou eu que habito neste momento o meu corpo. Parece que perdi uma parte de mim ou que me transformei noutra pessoa. …E perdi outra parte de mim. Tu, Fábio, já eras a minha metade. E de um momento para o outro perco-te. Como fui capaz de deixar-te ir?
Se calhar não estou a passar por nada que não mereça. Mas dói tanto! Sinceramente nem sei o que fazer, pensar, dizer… Já pensei em mudar-me para outro ponto do país, onde de certeza absoluta não nos víamos tanto cedo. Mas e depois?! Abdicaria do que sempre achei ser o meu oxigénio, os sentimentos! Renunciava ao que sinto por ti, à nossa história, ao amor que te tenho. E será que tu próprio já não tomaste essa atitude? Estarei eu a tentar agarrar as pontas quando tu já as cortaste?
Tanta dúvida que tenho cá dentro. Tanta mágoa. Eu só queria ter a relação que sempre tive contigo Fábio. Aquelas trocas de palavras carinhosas, sorrisos, juras de amor, sentimentos sinceros, momentos inesquecíveis, queria voltar ao que éramos! Ao que sempre fomos e toda a gente invejava! A nossa história… de longa data e tão sincera, sempre foi um motivo de alegria. Hoje estou assim, porque a banalizámos, porque lhe deste ou demos um fim que nenhuma história merece, muito menos a nossa!
Sempre disseram que com amor tudo se consegue. “O amor move montanhas”. Porque é que o nosso não o faz? Porquê se é tão vasto? Porque temos nós de esquecer o que sentimos? Eu sei que sou correspondida… tu sabes que és correspondido. Não custa nada esforçarmo-nos para tentar… mais uma vez?! As vezes que forem necessárias!! Eu nunca desisti de nada Fábio. Não será agora que o vou fazer e muito menos de alguém que amo!
Lembraste do dia em que me pediste em namoro? Lembraste porque o fizeste? Porque viste e sentiste que não éramos capazes de estar mais tempo separados. Porque no inicio da nossa época estávamos como nunca estivemos antes, tristes! Com medo do que seria depois de passarem os 5 dias! E estiveste à tua altura, arriscaste e perguntaste, no meio de tanta pausa, aquilo que nunca esperara ouvir de ti! A partir de então fomos siameses, não nos largávamos, éramos cúmplices, amantes, namorados, felizes, apaixonados. Quisemos mostrar a toda a gente o que era o verdadeiro amor. E agora Fábio? Vamos mostrar que afinal o verdadeiro amor não é tudo e temos que abdicar dele para termos paz? Parece-me que na nossa situação não se aplica.
Precisas de tempo para pensar, depois de já teres tomado uma decisão tão importante. Apesar de não compreender, vou respeitar e dar-te o tempo de que necessitas. Apesar de me sentir tão mal, ainda acredito e tenho fé que voltaremos a ser os mesmos! Só espero que não me cause mais sofrimento. Mas mesmo que não sejamos os mesmos (nem quero pensar nisso) não vou permitir que saias da minha vida! Não Fábio! Tu sabes coisas que pouca gente sabe sobre a minha vida, deste-me apoio que quase ninguém me deu, foi contigo que partilhei a minha dor, que aprendi a falar sobre o que sentia, foste tu que me fizeste crescer, foi contigo que me tornei mulher. E quando escrevo isto, as lágrimas caem. Tu sabes que é tudo verdade! E custa muito falar como se do passado se tratasse. Como se não se pudesse repetir.
Desculpa estar a expor a nossa vida, mas espero que compreendas (mais uma vez) que a escrita é o meu refúgio e como nada disto te posso dizer pessoalmente nem mesmo por outros meios, indirectamente está aqui no caso de sentires necessidade de ver coisas minhas.
Apesar de tudo, vou estar aqui à tua espera. Demores o tempo que demorares, eu estou e estarei aqui! Porque quem ama não esquece nem apaga.
Um abraço muito apertado e um amo-te imenso, desta tua T.Sofia de agora e para sempre